Seguro de vida: uma estratégia para enfrentar ameaças à saúde causadas pela crise climática

Seguro de vida: uma estratégia para enfrentar ameaças à saúde causadas pela crise climática

O setor de seguros de vida amplia sua atuação com coberturas voltadas à prevenção e proteção em vida, diante do aumento de doenças como a dengue.

Por: Gabriela Al-Cici (*)

As mudanças climáticas já são consideradas uma das emergências de saúde da atualidade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Eventos extremos como ondas de calor, enchentes e secas já figuram entre os principais riscos globais apontados por especialistas do Fórum Econômico Mundial. Esses fenômenos afetam diretamente a saúde, a qualidade de vida e a longevidade das populações, exigindo soluções integradas entre os setores de saúde, meio ambiente e proteção financeira.

 

Com o aumento da expectativa de vida e a intensificação dos efeitos climáticos, as pessoas precisarão conviver por mais tempo com problemas como poluição, temperaturas extremas, escassez de água, insegurança alimentar e doenças transmitidas por vetores. Diante disso, o segmento de Seguros de Vida tem ampliado sua atuação e investido em produtos voltados à proteção em vida, como coberturas para doenças graves, enfermidades tropicais e diárias por internação hospitalar. Na Prudential, por exemplo, 90% das indenizações são pagas ainda em vida, reforçando o compromisso e o cuidado com a saúde e a prevenção.

 

Em 2023, cerca de cinco milhões de casos de dengue foram registrados em mais de 80 países, segundo a revista The Lancet, com destaque para Brasil, Peru, México e Colômbia. Em resposta a esse cenário, o mercado passou a oferecer seguros específicos para doenças tropicais, que incluem coberturas para dengue, zika, chikungunya e febre amarela, evidenciando como os riscos à saúde estão cada vez mais ligados às mudanças climáticas.

 

Estes tipos de coberturas reduzem a pressão sobre o sistema de saúde pública e evitam o endividamento da população, trazendo segurança para pessoas e famílias. Segundo dados do Observatório de Clima e Saúde, entre 2020 e 2023, o número de pessoas que adoeceram em áreas atingidas por eventos climáticos passou de 54 mil para 157 mil.

 

Ferramenta essencial de proteção, o acesso ao seguro de vida pela população, hoje disponível a apenas 18% dos brasileiros, precisa ser ampliado. Portanto, promover a conscientização financeira e securitária é fundamental para mitigar os impactos da perda de renda por afastamento e fortalecer o planejamento familiar diante dos riscos climáticos e das incertezas do futuro.

 

O seguro de vida torna-se estratégico para reduzir vulnerabilidades sociais. Se vamos viver mais, precisamos viver melhor, mesmo em meio às adversidades climáticas. O compromisso do setor é apoiar a sociedade nessa transição e proteger o que há de mais valioso: a vida.

 

(*) Gabriela Al-Cici é vice-presidente de Pessoas e Desenvolvimento Organizacional da Prudential do Brasil.